Embora as pesquisas revelem dados importantes sobre determinado assunto, elas não refletem perfeitamente a realidade. E isso ocorre por um motivo muito simples: desvio nas investigações.
Isso não significa que as pesquisas devem ser ignoradas ou que seus dados não devem ser levados muito a sério. A questão é que nenhum estudo é perfeito. Todos eles estão sujeitos a vieses de pesquisas, diferentes tipos de erros e até ao desvio nas investigações.
Porém, apesar de ser impossível eliminar esses problemas por completo, você pode utilizar estratégias para reduzir o desvio e aumentar a qualidade e eficiência da sua pesquisa.
Neste artigo você entenderá as principais dicas para evitar que o desvio nas investigações atrapalhe seu estudo.
O que é desvio nas investigações?
O desvio é um conceito que vem da estatística e que é utilizado para entender melhor o tipo de dado coletado durante uma pesquisa. Existem vários tipos de desvio, sendo que o desvio padrão amostral e populacional são utilizados em estudos que envolvem coleta de informações de participantes.
E por que isso é importante?
A questão é que o valor do desvio padrão influencia no cálculo da margem de erro. Por isso, quanto maior o desvio padrão, maior é a margem de erro da sua pesquisa – e isso não é bom. Por isso, para reduzir essa margem de erro, você também precisa aprender a reduzir o desvio nas investigações.
7 passos para evitar o desvio nas investigações
Confira 7 dicas simples que vão te ajudar a reduzir o desvio padrão na sua pesquisa e ainda diminuir a margem de erro do seu estudo.
1- Encontre o tamanho de amostra apropriado
Em termos gerais, a maioria das pesquisas nacionais têm um tamanho de amostra que varia entre 500 e 1.000 pessoas. Isso resulta em uma margem de erro com variação de 3,2% a 5%.
Para reduzir essa porcentagem, é importante aumentar o tamanho da amostra. Afinal, à medida que o tamanho da amostra aumenta, a margem de erro diminui.
Por outro lado, conforme o tamanho da amostra diminui, os rendimentos também diminuem. Isso significa que se a amostra for muito pequena ou insuficiente para o tipo de pesquisa, então a margem de erro vai aumentar, comprometendo a qualidade e a veracidade do seu estudo.
Por esse motivo, a margem de erro, por exemplo, é significativamente reduzida em uma pesquisa entre 50 a 100 pessoas do que em uma pesquisa de 500 a 1.000.
Para evitar esse problema e descobrir o tamanho de amostra ideal de respondentes para o seu estudo, o ideal é que você utilize uma calculadora de amostra de pesquisa. Essa ferramenta é a solução mais prática e eficiente para descobrir o número exato de pessoas que devem ser entrevistadas para que sua pesquisa seja estatisticamente adequada, reduzindo a margem de erro.
2- Use o meio certo para fazer suas perguntas
Encontrar o método ideal para aplicar o questionário no seu público-alvo é fundamental para reduzir o desvio nas investigações.
Para isso, você precisa se fazer perguntas como:
- Essas pessoas têm telefone fixo em casa ou no escritório?
- Será que elas a atendem quando recebem uma chamada de um número desconhecido?
- Seu público-alvo mora numa área rural onde não há telefone ou internet?
- Será que essas pessoas têm acesso à internet ou respondem melhor uma pesquisa de campo?
Essas e outras perguntas devem ser realizadas para te ajudar a entender o perfil do seu público.
Se estamos falando de pessoas que não têm acesso à internet, o melhor método pode ser um aplicativo de pesquisa offline, por exemplo.
Nesse caso, você opte por aplicar uma pesquisa por e-mail, por exemplo, somente uma pequena parcela de respondentes que têm acesso à internet conseguirá participar. Como consequência, sua pesquisa vai apresentar algum desvio, ou seja, a escolha do método deve ser feita de acordo com a realidade da população pesquisada.
No caso de pesquisas eleitorais, que são mais amplas, o acesso à Internet, a raspagem na web ou a extração de dados devem ajudar os pesquisadores a obter uma análise mais precisa. Afinal, boa parte dos eleitores brasileiros têm acesso à rede, o que facilita a coleta e o processamento de dados.
3- Seja direto e faça perguntas de múltipla escolha
A grande vantagem de utilizar perguntas de múltipla escolha é que você oferece diferentes opções de resposta ao participante, facilitando sua escolha.
Por isso, seja ousado e verifique se está comunicando o que propõe. Uma boa pergunta de múltipla escolha deve ser mutuamente exclusiva, evitando ambiguidade a todo custo.
Por exemplo, se você perguntar sobre afiliações políticas, a coisa certa a fazer é incluir todos os partidos políticos ou candidatos independentes e não apenas dar uma opção apenas aos partidos políticos mais populares.
4- Fale o mesmo idioma que seus entrevistados
É claro que a sua pesquisa deve ser elaborada em português, então não é desse idioma que estamos falando aqui. Quando falamos em idioma, nos referimos a linguagem utilizada para criar as perguntas e respostas do questionário.
O tipo de abordagem, as expressões e o “tom” das frases devem estar numa linguagem que facilite sua interpretação. Afinal, caso o respondente não entenda a entrevista, poderá fornecer uma resposta errada, apenas por falta de compreensão.
Por isso, o ideal é que todo o questionário da sua pesquisa seja elaborado numa linguagem simples e direta, que não dê margem a interpretações duplas.
5- Não aborde dois temas na mesma pergunta
Sabemos que muitos tentam tirar o máximo proveito dos resultados de uma pesquisa, especialmente quando se trata de uma pesquisa eleitoral. Porém, isso não deve ser usado como desculpa para coletar informações falsas ou incorretas.
Por exemplo: Vamos supor que você que aborda dois ou mais problemas no mesmo na mesma pergunta e apenas uma resposta pode ser dada, como na pergunta abaixo:
“O governo dos EUA deveria gastar menos em seu exército militar e mais em saúde?”
Como o participante da pesquisa só poderá dar uma resposta, não tem como você saber se essa resposta se refere ao exército ou à saúde. Nesse caso, existe um desvio nas investigações provocado por uma pergunta mal elaborada.
Por isso, você deve perguntar apenas um tópico de cada vez, separando as questões para obter respostas mais precisas. Seguindo esse raciocínio, nosso exemplo acima ficaria melhor dessa forma:
Pergunta 1: “O governo deveria gastar menos com seu exército militar?”
Pergunta 2: “O governo dos EUA deve investir mais em saúde?”
6- Não faça perguntas tendenciosas
Perguntas tendenciosas podem induzir o respondente a fornecer uma informação que não reflete o que ele realmente pensa sobre o tema da pesquisa.
Isso pode ser considerado um tipo de erro grave de pesquisa, que pode colocar em xeque a credibilidade e validade dos seus resultados.
Por isso, é importante criar perguntas e respostas inteligentes e imparciais. Assim, será mais fácil entender o comportamento e o pensamento predominante na população.
7- Deixe a pesquisa mais fluida
Ordenar suas perguntas é importante para dar à sua pesquisa uma sensação de fluência.
Por isso, é importante sempre organizar as questões de forma que as perguntas mais simples sejam as primeiras do questionário, e as mais complexas ficam por último.
Ou seja, a complexidade do tema abordado na pesquisa aumenta à medida que o respondente avança no questionário. Dessa forma, a pesquisa ficará mais fluida e o respondente pode ficar mais motivado a participar e concluir a entrevista.
Seguindo todos os passos assim, você conseguirá reduzir o desvio nas investigações da sua pesquisa e terá resultados mais fiéis à realidade.
E se quiser uma ajuda nesse processo, você pode utilizar o software de pesquisa online da QuestionPro.
Ele oferece recursos para melhorar as estatísticas do seu estudo, reduzir erros e desvios, além de fornecer relatórios completos e detalhados para te ajudar a analisar os resultados.
Agora que você já sabe como evitar desvio nas investigações, é hora de começar a pesquisar!
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